*Por Fernando Cesar, especialista em investimentos na WIT Invest
- Como foi o desempenho da B3 ao longo de março? Houve uma tendência de alta, baixa ou estabilidade?
Iniciamos o mês de março com um mercado com algumas incertezas, andando de forma lateral. Porém, no decorrer do mês, tivemos uma alta bem expressiva e fechamos o mês com um resultado positivo, descolando do resto do mundo.
- Houve algum setor específico que se destacou (positiva ou negativamente) nas bolsas brasileira e americana?
Um setor que contribuiu muito para isso foi o setor bancário, como ponto positivo da bolsa aqui no Brasil. Já no cenário americano, tivemos o setor de tecnologia fazendo o caminho inverso, sendo o fator negativo.
- Quais foram os principais fatores econômicos que influenciaram a bolsa brasileira em março?
Tivemos um mês muito positivo pela volta do estrangeiro olhar para o país com bons olhos na parte de investimentos. Alguns fatores que fizeram com que isso fosse possível é a questão da taxação do presidente americano, a bolsa da tecnologia Nasdaq está bem esticada e, claro, a bolsa brasileira está bem descontada.
- Como as empresas brasileiras de grande porte, como Petrobras, Vale e bancos, reagiram às movimentações do mercado em março?
O setor bancário teve uma performance muito boa no mês de março. E como não poderia ser diferente, tivemos as duas empresas com maiores peso no B3, Petro e Vale não ficaram de fora dessa alta, tendo performance excelente no mês.
- Como você avalia o desempenho do mercado financeiro brasileiro em março de 2025? Quais foram os principais fatores que influenciaram os índices de ações, câmbio e juros?
O desempenho no mercado brasileiro foi muito bom, mesmo com a alta na taxa de juros, que já estava precificada pelo Bacen. Na parte do câmbio, tivemos uma forte entrada no mercado brasileiro. Isso fez com o dólar tivesse um mês com uma maior volatilidade, mas performando de forma mais negativa no mês de março.
- Em relação ao mercado global, quais eventos mais impactaram os investimentos neste mês?
Acredito que hoje o maior reflexo na parte internacional é o conflito no oriente médio, a questão da guerra entre Rússia e Ucrânia e, claro, a guerra comercial que o presidente americano está no foco, por conta das taxações que ele quer implementar contra alguns países.
- O Banco Central seguiu com sua política monetária dentro das expectativas do mercado? Como as últimas decisões do Copom impactaram os ativos financeiros?
Foi uma surpresa positiva a primeira reunião do presidente do Bacen depois da saída do seu antecessor, Roberto Campos Neto. Nesta reunião, tivemos o aumento de 1% na taxa de juros, atingindo 14,25%, uma taxa que não víamos desde a presidente Dilma. Ficou claro, também, nesta reunião o compromisso do Bacen em tentar controlar a inflação, deixando claro que vamos ter mais um ou dois aumentos na taxa de juros, com uma menor magnitude. Isso fez com que o mercado continuasse com o ritmo de alta dos últimos dias.
- A política econômica dos Estados Unidos e as medidas do novo mandato de Donald Trump tiveram impactos relevantes para o Brasil? Como isso afetou o fluxo de investimentos estrangeiros?
Sim, tiveram influência, e vamos perceber com o tempo essa questão das tarifas que o presidente americano está implementando, nesta guerra comercial. Tivemos uma entrada positiva na bolsa brasileira, e também vamos observar como esta questão pode trazer benefícios para o mercado brasileiro.
- Quais são as projeções para os mercados em abril e no segundo trimestre de 2025?
Temos uma projeção bem cautelosa, muito por conta da divulgação do orçamento para o ano de 2026, que deve sair no mês de abril, e claro, para a próxima reunião do COPOM, que acontece em maio. Mas temos uma expectativa boa para o segundo trimestre, desde que o governo faça as lições de casa.
- O que os investidores devem monitorar nos próximos meses para ajustar suas estratégias?
Na parte orçamentária, o fiscal aqui no Brasil também deve ser monitorado de perto pelos investidores, pois essa questão vai definir o restante do ano e já é uma projeção para o ano de 2026.
- As compras em sites internacionais ficarão mais caras a partir do dia 1º de abril, pois, nesta data, entra em vigor a nova alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que passará de 17% para 20% para compras internacionais. Como isso impacta os consumidores e as empresas brasileiras nos próximos meses?
Devemos ter uma queda na margem de lucros das empresas que utilizam a internet como fonte de vendas. E, por consequência, no primeiro momento, uma queda também no consumo dos clientes, pelo aumento dos preços dos produtos que ficaram mais caros.
- Donald Trump assinou um decreto nesta segunda-feira (24) que impõe uma tarifa de 25% sobre qualquer país que comprar petróleo ou gás da Venezuela. O que o governo americano espera com essas novas medidas?
A tendência é fazer uma pressão no governo da Venezuela, para que eles revejam as políticas colocadas contra os EUA, e também para ter um efeito colateral nas duas maiores economias que importam da Venezuela, que é a Rússia e China.
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A WIT – Wealth, Investments & Trust – é assessoria, planejamento e execução para cuidar do patrimônio de pessoas, grupos familiares e empresas, de forma integral e sincronizada, apoiada por uma sofisticada estrutura de especialistas e de empresas que atuam de forma independente, porém complementar.
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