Desemprego vai a 6,8% com Selic em alta

Enquanto o desemprego sobe, a desaceleração econômica impulsionada pela alta dos juros pode ajudar a controlar a inflação, gerando um cenário de desafios e oportunidades para a política monetária

O aumento da taxa de desemprego no Brasil, que registrou 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, responde a uma realidade de mercado que, embora ainda esteja relativamente forte, começa a mostrar sinais de desaceleração. O indicador é mais favorável do que o dado anterior, mas está longe de ser um reflexo de um cenário de plena recuperação econômica.

Conforme aponta Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a principal explicação para esse movimento está relacionada ao aumento da taxa de juros para 14,25%, que tem impactado diretamente o crescimento das empresas e, consequentemente, o número de demissões. “O aumento da Selic nos últimos meses teve um papel importante nisso, já que juros altos tornam o crédito mais caro e reduzem o ritmo de crescimento das empresas, afetando a criação de empregos e aumentando a taxa de demissões”.

Diante do cenário de encarecimento do crédito, o crescimento das empresas tende a reduzir cada vez mais, afetando a capacidade de manutenção de seus quadros de funcionários. Eyng destaca que “esse aumento das demissões tem afetado principalmente setores mais sensíveis às flutuações econômicas, como o comércio e serviços. Embora a economia ainda demonstre sinais de resistência, o mercado de trabalho está mais sensível à inflação e às políticas monetárias, o que reflete uma situação de maior insegurança para os trabalhadores”.

Por um lado, a desaceleração do mercado de trabalho pode ser vista como uma notícia negativa, porém, do ponto de vista da política monetária, o arrefecimento da demanda interna ajuda a conter a inflação. Para Eyng, com o aumento do desemprego e a diminuição da massa consumidora, ou seja, com menos demanda interna, há uma pressão menor sobre os preços. “Esse equilíbrio é fundamental para o Banco Central, que busca controlar a inflação sem prejudicar de forma drástica a recuperação econômica. Apesar das dificuldades, o aumento das demissões pode ter um efeito indireto sobre a inflação. Com o número de pessoas empregadas diminuindo, há uma pressão menor sobre os salários, o que pode reduzir a demanda por bens e serviços e, por consequência, ajudar a controlar a inflação”. Para ele, a relação entre desemprego, crescimento econômico e inflação é um delicado jogo de equilíbrio.

Sobre a gestora Multiplike
Fundada em 1999, a Multiplike é uma das 3 maiores gestoras multisacado/multicedente e securitizadoras de crédito privado do país, especializada em antecipação de recebíveis e capital de giro. Com mais de R$ 50 bilhões em créditos cedidos nos últimos anos, a companhia atua nos principais mercados, tais como: construção civil, agronegócio e indústria.

Com mais de 280 colaboradores, a Multiplike possui uma carteira de mais de 4 mil empresas atendidas, se consolidando como a empresa com maior rentabilidade do setor financeiro da região sul do Brasil.

A empresa adota um modelo distinto em relação aos bancos tradicionais, baseando-se na alocação de recursos próprios como garantia para os investidores. Essa abordagem estratégica se traduz em vantagens substanciais, particularmente quando a economia demonstra estabilidade. Nesse cenário, a empresa pode capitalizar sua considerável capacidade de alavancagem, permitindo um crescimento mais acentuado. Isso se deve à confiança que os investidores depositam na Multiplike como parceira sólida e confiável.

https://www.multiplike.com.br/

 

By Gueratto Press
Foto: Divulgação

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Consultor e engenheiro florestal.

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Mario Coso

Engenheiro Florestal e Mestre em Administração. Partner na ESG Tech Consulting.